quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A verve


Quando jovens, somos impulsionados por uma disposição pessoal bastante intensa. Uma vontade de agir que brota por todos os lados, com tanta intensidade que, não raro, nessa época, explodimos de maneira desorganizada, sem freios. È um desembesto contagiante na maioria dos casos. Um verdadeiro arroubo de vida.

È assim a rotina das ações cineclubistas da escola Landulfo Alves: uma verve.

Mesmo quando o grupo, ao enfrentar entraves costumeiros a uma atividade que lida com o ambiente burocrático de uma instituição completamente “enquadrada”, parece adormecer e o trabalho com cinema desvanece e aparenta querer parar, os olhos do cineclubistas revelam uma vontade de ação. È como se aquele espaço, mesmo em momentos de crise, fosse um ambiente que transcendesse  a mera contemplação das obras artísticas e ansiasse, a todo instante, por contato direto com o filme.

Sim, não foram poucos os momentos em que no cineclube do Landulfo Alves eu percebi os nossos jovens cinéfilos ultrapassando o seu papel de espectadores para se aventurarem na curiosidade do fazer fílmico. Foi, inclusive, nas oficinas de produção de vídeo que tivemos que vimos a força desse espaço de discussão e diálogo com a sétima arte transbordando.

O cineclube cinemart mostra que o trabalho cineclubista vai bem mais além do que uma mera “reunião para ver filme”. O cineclube deve ser, antes de qualquer coisa, um espaço de contato com a arte. Cada grupo cineclubista, como é natural, tem suas características próprias – alguns estarão mais voltados á formação de público, outros à contemplação crítica  e outros, como o cinemart, estarão ligados à uma veia produtora – porém todos procurarão o audiovisual, procurarão senti-lo no que lhes forem mais próximos.

A “veia produtora” que o cineclube do Landulfo Alves e muitos outros apresentam não pode ser ignorada. Porque, em diversos momentos, ela deverá ser alimentada, sob pena de perdemos o estímulo de continuar a militância do cineclube. Temos que aproveitar o perfil de cada grupo e reverter suas potencialidades em favor do próprio trabalho a ser desenvolvido. Ou seja, temos, nos cineclubes nascentes, o desafio de organizar uma potencialidade que surge descontrolada, mas, no fundo, é dotada de muita vontade.

Pode parecer uma mera percepção ou opinião, mas, hoje não tenho dúvida de que os cineclubistas da escola Landulfo Alves conseguiram nutrir uma relação muito forte com o cinema. Eles estão ligados á essa arte; eles querem produzi-la por si próprios...

Eis a certeza de algo no nosso trabalho foi realmente de valia.